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Ocupação do território

A origem da ocupação do território rio-grandense explica, em parte, as diferenças de distribuição da população

A ocupação do território rio-grandense ocorreu em várias etapas. As reduções jesuíticas, fundadas a partir de 1626, são considerados os primeiros povoados organizados no Rio Grande do Sul, além da ocupação original por indígenas. Por volta de 1640, os jesuítas atravessaram o rio Uruguai em direção ao território argentino. Cerca de 40 anos depois, retornaram organizando a estrutura comunitária dos Sete Povos das Missões. Estes se tornaram centros econômicos importantes, dedicando-se à produção de erva-mate, extração de couro e atividades criatórias.

No século XVIII, a estratégia adotada pela coroa portuguesa para garantir a posse e defesa das terras localizadas no extremo sul do Brasil foi a instalação de acampamentos militares e a construção de fortes e presídios, bem como a distribuição de sesmarias a pessoas de prestígio e militares. Até a metade do século XIX, desenvolveu-se no Rio Grande do Sul uma pecuária voltada à produção de charque, ciclo responsável pela grande prosperidade do sul do Estado e das cidades de Bagé, Pelotas e Rio Grande, entre outras.

Os açorianos ocuparam o território do Rio Grande do Sul a partir de 1752, fixando-se em Rio Grande, Mostardas, São José do Norte, Taquari, Santo Amaro (Rio Pardo), Porto Alegre, Santo Antônio da Patrulha, Cachoeira do Sul e Conceição do Arroio (Osório). Receberam terras para desenvolver atividades agrícolas, principalmente a produção de trigo e, dessa forma, abastecer a colônia. Essa ocupação possibilitou o surgimento de propriedades rurais menores e também criou a base para o surgimento de inúmeros núcleos urbanos. Durante todo o século XIX o Rio Grande do Sul foi influenciado pelo processo de assentamento da imigração europeia, inicialmente alemã (1824), e posteriormente italiana (1875), localizadas principalmente na região nordeste do Estado. Como resultado, a área tornou-se mais dinâmica, embora a pecuária continuasse ocupando o centro da atividade econômica e política do território rio-grandense.

A posterior diversificação industrial e acrescente urbanização do eixo Porto Alegre - Caxias do Sul tornou esta região mais atrativa aos empreendedores. O norte do Estado foi povoado basicamente a partir da expansão das áreas coloniais alemãs e italianas e da chegada de novos grupos étnicos. A produção diversificada, baseada em pequenas propriedades, criou uma distribuição de renda menos concentrada, resultando na formação de uma rede urbana com pequenos núcleos próximos entre si.

Assim, a origem da ocupação do território rio-grandense explica, em parte, as diferenças de distribuição da população no Estado. No sul, a mesma está concentrada predominantemente nas cidades de porte médio, refletindo o predomínio das atividades extensivas das grandes propriedades rurais que criaram espaços rarefeitos e uma rede urbana dispersa. Nas regiões de pequena propriedade, em especial no norte do Estado, o parcelamento da terra gerou uma estrutura político-administrativa mais pulverizada. Esta distribuição fundiária resultou em maior densidade da rede urbana no norte em contraposição ao sul.

Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul