Hidrovias e Portos
O RS apresenta uma importante malha hidroviária concentrada no leste do Estado
O Rio Grande do Sul apresenta uma importante malha hidroviária concentrada nas bacias hidrográficas do Guaíba e Litorânea. Os principais rios navegáveis: Jacuí e Taquari, Sinos, Caí e Gravataí em menor proporção. O Lago Guaíba e a Laguna dos Patos são utilizados principalmente para o transporte de cargas através dos terminais públicos e privados. Os principais portos públicos são os Portos do Rio Grande, Pelotas e Porto Alegre, onde operam também Terminais de Uso Privativo - TUPs. Atualmente há TUPs distribuídos pelas hidrovias fora dos portos públicos com registros de movimentação crescente.
Da mesma forma que o transporte ferroviário, o principal concorrente do transporte hidroviário de cargas é o transporte rodoviário, embora sua utilização seja indicada para a movimentação de grandes volumes em longas distâncias. Esta opção histórica pelo predomínio do transporte rodoviário levou a subutilização do modal hidroviário no Brasil e no Rio Grande do Sul. No entanto, o modal é considerado por planejadores e técnicos do setor de transportes um importante elo da cadeia logística para o transporte de cargas para o Rio Grande do Sul, com grande potencial para crescimento, desde que conectado adequadamente por centros de transferência aos modais rodoviário e ferroviário. A principal rota hidroviária de cargas do Estado encontra-se entre Porto Alegre e Rio Grande, pela Laguna dos Patos que apresenta um calado de 5,2 metros. As cargas mais significativas transportadas em direção ao Porto do Rio Grande são os produtos petroquímicos, farelo e óleo de soja e celulose. De Rio Grande em direção ao Porto de Porto Alegre destacam-se os fertilizantes, sal, clínquer e bobinas de papel.
O Porto do Rio Grande, o mais importante do Estado e um dos mais importantes do país, conta com um calado de 40 pés. O cais público, chamado de Porto Novo, com 31 pés e 2 km de extensão, oferece excelente disponibilidade de atracação. É referência para os países do MERCOSUL e também o principal elo de multimodalidade do Estado, fazendo com que parte do sistema rodoviário e ferroviário gaúcho tenha a região como ponto de entroncamento. A multimodalidade do Porto do Rio Grande é um importante fator na redução de custos e no aumento da eficiência logística, segundo a empresa pública Portos RS¹. Rio Grande é o sexto maior porto brasileiro em movimentação de contêineres e o terceiro em movimentação de cargas², com volume geral que, em 2021, um ano atípico influenciado pela pandemia do COVID 19, chegou a 45,2 milhões de toneladas. A soja em grão foi o principal produto embarcado em toneladas segundo a empresa Porto RS.
Quanto ao transporte de passageiros por hidrovia, no Lago Guaíba houve uma retomada em 2011, depois de mais de 50 anos de interrupção³, com a ativação do trecho Porto Alegre-Guaíba. Iniciativas de navegação turística também vem se desenvolvendo nos últimos anos aproveitando os atrativos cênicos do Lago Guaíba e Delta do Jacuí. Já a navegação pela bacia do Rio Jacuí vem se intensificando com a atividade crescente dos Terminais de Uso Privativo. E a navegação pela bacia do Rio Uruguai tem o predomínio da travessia transversal de passageiros, de veículos e de mercadorias por sistema de balsas ou outras embarcações menores, embora haja estudos que apontam para as potencialidades de desenvolvimento tanto do transporte regular quanto do transporte turístico.
¹A empresa pública Portos RS substituiu a SPRG em 2021.
²ANTAQ/Anuário Estatístico Aquaviário.
³A travessia por barcas foi desativada no início da década de 1960, depois da construção da ponte e da consolidação da hegemonia do transporte rodoviário sobre os demais modais. (In: FREITAS, EDUARDO PACHECO. Da era das barcas à era das pontes: os debates em torno da construção da Ponte do Guaíba/Travessia Régis Bittencourt (1955-1958). PUC RS/Escola de Humanidades/Programa de Pós-Graduação em História. (dissertação de mestrado). Porto Alegre, 2017.

Fonte: Portos RS

Fonte: Portos RS

Fonte: Portos RS