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Enxurradas

51,1% das pessoas atingidas eram residentes dos municípios dos COREDEs Paranhana Encosta da Serra e Vale do Rio dos Sinos

Publicação:

Segundo a Classificação e Codificação Brasileira de Desastres (COBRADE) a definição de enxurrada é o “escoamento superficial de alta velocidade e energia, provocado por chuvas intensas e concentradas, normalmente em pequenas bacias de relevo acidentado. Caracterizada pela elevação súbita das vazões de determinada drenagem e transbordamento brusco da calha fluvial. Apresenta grande poder destrutivo.” Ressalta-se que a COBRADE considera os eventos hidrológicos apenas como sendo: a) Inundações; b) Enxurradas e; c) Alagamentos.

Verifica-se que houve reconhecimentos de situação de emergência ou de calamidade pública ocasionados por 801 eventos de enxurrada no Rio Grande do Sul no período de 2003 a 2021. O ano de 2010 foi o que apresentou o maior número de reconhecimentos, com 214, representando 26,8% do total. Em seguida, aponta-se os anos de 2011, com 157 reconhecimentos, 2014, com 106 e, 2017, com 124. Esses quatro anos concentram 75% do total de eventos reconhecidos para o período histórico analisado.

Em relação à distribuição mensal dos reconhecimentos de enxurrada, no período de 2017 a 2021[1], destaca-se o mês de junho, que concentrou 56,8%, um total de 92 reconhecimentos, todos ocorridos em 2017, ano bem marcado pelo predomínio de reconhecimentos de enxurrada. Em seguida, aponta-se o mês de maio, com 20 reconhecimentos. Avaliando-se as normais climatológicas referentes ao período de 1981 a 2010, disponibilizadas pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), verifica-se que os meses de junho e julho tendem a apresentar maiores índices pluviométricos que outros meses no Rio Grande do Sul.

Ao longo do período de 2003 a 2021, identifica-se maior número de ocorrências no COREDE Médio Alto Uruguai (um total de 69 registros), localizado ao norte do Estado. Também merecem destaque os COREDEs Norte e Rio da Várzea, sobretudo o município de Constantina localizado nesse último COREDE, que totalizou 6 eventos de Enxurrada. Em oposição a esses, têm-se os COREDEs Hortências e Metropolitano Delta do Jacuí, que apresentaram o menor número de reconhecimentos decorrentes de enxurradas, 3 eventos cada um. Os municípios com maiores números de reconhecimentos no estado foram: Casca (COREDE Produção); Soledade e Fontoura Xavier (COREDE Alto da Serra do Botucaraí); Constantina (COREDE Rio da Várzea); Maquiné (COREDE Litoral); Riozinho (COREDE Paranhana Encosta da Serra); Candelária e Boqueirão do Leão (COREDE Vale do Rio Pardo).

Analisando-se o impacto desses eventos sobre as pessoas residentes nos municípios onde ocorreram, verifica-se, no período de 2017 a 2021, um total de 7.993 pessoas atingidas. Desse total, verificou-se que 51,1% eram residentes dos municípios localizados em apenas dois COREDEs, sendo os mais críticos em termos de população local afetada: Paranhana Encosta da Serra (2.827 pessoas atingidas); e COREDE Vale do Rio dos Sinos (1.259 atingidos).

Os municípios que apresentaram maior número de pessoas atingidas foram Rolante, com um total de 2.496 afetados (COREDE Paranhana Encosta da Serra) e Novo Hamburgo, com um total de 1.200 atingidos (COREDE Vale do Rio dos Sinos).

[1] Para a avaliação mensal de ocorrência dos eventos foi considerado o período de 2017 a 2021 por possuir a data de registro da ocorrência. Os dados, referentes aos anos anteriores, não possuíam tal informação, dificultando a determinação do mês exato de ocorrência do evento.

Reconhecimento anual de ocorrências de enxurradas, no Rio Grande do Sul, no período 2003 a 2021*
*Até 2016, foi considerada a data de publicação no Diário Oficial da União. De 2017 em diante, a data de registro. Fonte: S2iD/MDR.

Reconhecimento mensal de ocorrências de enxurradas, no Rio Grande do Sul, no período 2017 a 2021*

*Considerada a data do registro da ocorrência. Fonte: S2iD/MDR

Número de afetados por enxurradas, por COREDE, no período 2017-2021*
* Foram considerados: mortos; feridos; enfermos; desabrigados; desalojados; e desaparecidos. Fonte: S2iD/MDR

Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul