Geração e transmissão de energia elétrica
A matriz energética do RS mostra o avanço da diversificação com a utilização de fontes renováveis de geração de energia elétrica
A capacidade instalada de geração de energia elétrica no Rio Grande do Sul cresceu na última década, passando de 6.244 megawatts em 2010 para 8.662 megawatts em 2022. Este aumento permitiu a ampliação dos níveis de consumo, não só no Estado, como também no Brasil, pois o parque gerador do RS opera através do Sistema Interligado Nacional de Geração e Transmissão (SIN). O SIN é formado por empresas geradoras das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e da maior parte da região Norte. De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, a capacidade instalada do Estado representava, em 2022, cerca de 4,6% da capacidade instalada total do Brasil.
Fonte: MME/EPE. Balanço Energético Nacional (BEN) 2009 a 2023.
Na matriz de geração de energia elétrica do Rio Grande do Sul, de acordo com dados de 2022, 58,6% correspondem à hidreletricidade (Usinas Hidrelétricas de Energia, Pequenas Centrais Hidrelétricas e Centrais Geradoras Hidrelétricas), 18% à termeletricidade (Usinas Termelétricas de Energia¹), 17,6% à energia eólica (Centrais Geradoras Eolielétricas) e 5,7% à energia solar (Usinas Fotovoltaicas), demonstrando o avanço da diversificação com a presença de fontes alternativas de energia. Esta diversificação teve início com a ampliação da utilização de gás natural e de biomassa como fontes de energia e está baseada, mais recentemente, na expansão da energia eólica e na instalação de novos projetos de aproveitamento de energia solar, o que tem assegurado melhorias na relação entre produção, importação e consumo no estado com o acréscimo dos chamados consumidores livres e produtores independentes.
Fonte: MME/EPE. Balanço Energético Nacional (BEN) 2023.
De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), “o serviço público de transmissão de energia elétrica do Sistema Interligado Nacional (SIN) compreende as instalações da Rede Básica (RB) e da Rede Básica de Fronteira (RBF). (...) A RB é composta pelas instalações do SIN, com nível de tensão igual ou superior a 230 kilovolts, enquanto a RBF está composta pelas unidades transformadoras de potência do SIN com tensão superior igual ou maior de que 230 kilovolts e tensão inferior menor de que 230 kilovolts”.
A Rede Básica de transmissão de energia elétrica viabiliza o transporte e suprimento da energia gerada às empresas concessionárias, permissionárias e autorizadas de distribuição que atuam no estado. O SIN no Rio Grande do Sul conta com aproximadamente 66 subestações de transmissão e encontra-se também conectado ao sistema argentino através das estações conversoras de Garabi e Uruguaiana e ao sistema uruguaio, através das estações de Rivera-Santana do Livramento e de Candiota III-Melo, formando a Rede Básica de Fronteira.
A operação da Rede Básica de transmissão no Rio Grande do Sul, com extensão de mais de 6.000 quilômetros, é realizada, na sua maior parte, pela CEEE-T (Companhia Estadual de Transmissão Energia Elétrica) que passou por processo de privatização em outubro de 2021, estando sob a administração da empresa CPFL Energia. As linhas de transmissão são suportadas por 15.058 estruturas que operam nas tensões de 230, 138 e 69 kilovolts.
¹Segundo a ANEEL, no RS existem atualmente usinas térmicas movidas por combustíveis fósseis ou por biomassa. Entre os combustíveis fósseis estão carvão, gás natural, óleo diesel, óleo combustível e outros energéticos de petróleo. Já entre as fontes de biomassa, as mais relevantes são licor negro (subproduto do processo produtivo da celulose), resíduos florestais, casca de arroz e biogás originado de resíduos urbanos.