Geração e Transmissão de Energia Elétrica
A matriz energética mostra o avanço da diversificação no RS com a utilização de fontes renováveis de geração de energia elétrica
A capacidade instalada de geração de energia elétrica no Rio Grande do Sul cresceu na última década, passando de 6.244MW em 2010 para 8.622MW em 2021¹. Este aumento permitiu a ampliação dos níveis de consumo, não só no estado, como também no país, pois o parque gerador do estado opera através do Sistema Interligado Nacional de Geração e Transmissão – SIN. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS, o Sistema Interligado Nacional é formado pelas empresas das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e parte da região Norte². De acordo com a EPE – Empresa de Pesquisa Energética, vinculada ao Ministério de Minas e Energia, a capacidade instalada do Estado representava, em 2021, cerca de 4,75% da capacidade instalada total do Brasil.
Na Matriz de Geração de Energia Elétrica do estado 52% corresponde a hidreletricidade (UHEs – Usinas Hidreletricas, PCHs – Pequenas Centrais Hidrelétricas e CGHs – Centrais Geradoras Hidrelétricas); 23% corresponde a termeletricidade (UTEs – Usinas Termelétricas movidas a combustível fóssil ou a biomassa³); 23% a energia eólica (EOLs) e 2% de energia solar (UFVs – Usinas Fotovoltaicas), demonstrando o avanço da diversificação com a presença de fontes alternativas de energia. Esta diversificação teve início com a ampliação da utilização de gás natural e de biomassa como fontes de energia e está baseada, mais recentemente, na expansão da energia eólica e na instalação de novos projetos de aproveitamento de energia solar, o que tem assegurado melhorias na relação entre produção, importação e consumo no Estado com o acréscimo dos chamados Consumidores Livres e Produtores Independentes.
De acordo com a ANEEL, “o serviço público de transmissão de energia elétrica do Sistema Interligado Nacional (SIN) compreende as instalações da Rede Básica (RB) e da Rede Básica de Fronteira (RBF). (...) A RB é composta pelas instalações do SIN - Sistema Interligado Nacional, com nível de tensão igual ou superior a 230 kV, enquanto a RBF está composta pelas unidades transformadoras de potência do SIN com tensão superior igual ou maior de que 230 kV e tensão inferior menor de que 230 kV”. A Rede Básica de Transmissão de energia elétrica viabiliza o transporte e suprimento da energia gerada às empresas concessionárias, permissionárias e autorizadas de distribuição que atuam no RS, lideradas pela CEEE - D (Grupo Equatorial Energia) e RGE (CPFL Energia). O SIN no Rio Grande do Sul, conta com aproximadamente 66 subestações de transmissão e encontra-se também conectado ao sistema argentino através das estações conversoras de Garabi e Uruguaiana e ao sistema uruguaio, através da estação de Rivera-Santana do Livramento e de Candiota III-Melo, formando a RBF – Rede Básica de Fronteira. A operação da Rede Básica (RB) de transmissão no Rio Grande do Sul, com tensões de até 230kV e extensão de mais de 6.000km é realizada, na sua maior parte, pela Companhia Estadual de Energia Elétrica – CEEE - T que passou por processo de privatização em outubro de 2021, estando sob a administração da empresa CPFL Energia. As linhas de transmissão são suportadas por 15.058 estruturas que operam nas tensões de 230, 138 e 69 kV (QuiloVolts)”.
¹ MME/EPE. BEN2022 – ano base 2021
²Apenas 1,7% da energia requerida pelo país encontra-se fora do SIN, em pequenos sistemas isolados localizados principalmente na região amazônica
³Segundo a ANEEL, no RS existem atualmente usinas térmicas movidas à carvão, gás natural, óleo diesel, óleo combustível ou outros energéticos de petróleo e térmicas movidas à biomassa proveniente de casca de arroz, licor negro (lixívia da indústria papeleira), resíduos de madeira, biogás AGR (originado na agroindústria) e biogás RU (originado de resíduos urbanos).

Fonte: MME/EPE. Balanço Energético Nacional 2022 ano base 2021