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Granizos

Esse fenômeno natural atingiu municípios em todos os 28 COREDEs do estado entre 2003 e 2021

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Segundo a Classificação e Codificação Brasileira de Desastres (COBRADE), o granizo é definido como a “precipitação de pedaços irregulares de gelo”.

Ocorrências de granizo são caracterizadas por precipitação de pedras de gelo de diâmetro igual ou superior a 0,5 cm (VAREJÃO SILVA, 2001 apud CEPED/UFSC, 2013). O granizo produz impacto meteórico e é considerado um desastre natural relacionado com tempestades. A precipitação de granizos ocorre, em geral, durante os temporais. Na maior parte das vezes o granizo se forma em nuvens cumulonimbus caracterizadas por um grande desenvolvimento vertical[1].

O grau de dano causado por ocorrência de granizos depende basicamente do tamanho das pedras de gelo, da intensidade da queda e das características dos elementos atingidos, da extensão da área atingida, da duração do temporal. As chuvas intensas e ventos fortes, que comumente acompanham o evento de granizo, potencializam os danos. A agricultura é um dos setores econômicos que mais sofre com este fenômeno, pois plantações inteiras podem ser destruídas, dependendo da quantidade e dos tamanhos das pedras de gelo.

No Brasil, as regiões mais atingidas por granizo são a Sul, a Sudeste e a parte meridional da Centro-Oeste. Na região Sul, o fenômeno ocorre com freqüência, especialmente nas áreas de planalto dos estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul (TAVARES, 2009)

Conforme o Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2iD), do Ministério de Desenvolvimento Regional, foram registradas no Estado do Rio Grande do Sul, entre os anos de 2003 e 2021, 281 ocorrências reconhecidas de granizo, o que equivale a 56% dos municípios do RS. Os anos de 2008 e 2015 foram os que apresentaram o maior número de ocorrências reconhecidas no período considerado. Há uma tendência geral de aumento das ocorrências deste fenômeno no estado do Rio Grande do Sul.

Esse fenômeno natural atingiu municípios em todos os 28 COREDEs do estado e que 14 municípios foram atingidos pelo fenômeno de 3 a 4 vezes no período: Arvorezinha, Chiapeta, Constantina, Crissiumal, Espumoso, Floriano Peixoto, Fontoura Xavier, Porto Xavier, Putinga, São Jerônimo, São Marcos, Tenente Portela, Bom Jesus e Coronel Bicaco.

Os danos humanos causados por granizo, no período de 2017 a 2021, atingiram 3.392 pessoas, entre mortos, feridos, enfermos, desabrigados, desalojados e desaparecidos. Os COREDEs com maior número de atingidos por granizo são o Nordeste, o Norte, o Médio Alto Uruguai e o Jacuí Centro. Pode-se identificar 33 municípios do RS que apresentaram pessoas atingidas por granizo. Esse fenômeno natural registrou população atingida em municípiosde mais da metade dos COREDEs, totalizando 16 dos 28 COREDEs do Estado. Os municípios que apresentaram o maior número de atingidos reconhecidos foram: Erval Grande (456 atingidos), Iraí (423 atingidos), Cachoeira do Sul (409 atingidos), Lagoa Vermelha (305 atingidos) e Caçapava do Sul (302 atingidos).

[1] As condições que propiciam a formação de granizo acontecem na parte superior de nuvens convectivas do tipo cúmulos-nimbus. Estas apresentam temperaturas extremamente baixas no seu topo e elevado desenvolvimento vertical, podendo alcançar alturas de até 1.600 m, condições propícias para a transformação das gotículas de água em gelo.

Ocorrências de Granizos por ano, no Rio Grande do Sul, no período 2003-2021*
*Foram considerados os eventos reconhecidos de tempestade local/convectiva - Granizo, segundo Classificação do Cobrade. Fonte: S2iD/MDR

Ocorrências de Granizos por mês, no Rio Grande do Sul, no período 2017-2021*

*Foram considerados os eventos reconhecidos de tempestade local/convectiva - Granizo, segundo Classificação do Cobrade. Fonte: S2iD/MDR

Atingidos por Granizos reconhecidos* por COREDE no período 2017-2021

*Danos Humanos reconhecidos: mortos, feridos, enfermos, desabrigados, desalojados e desaparecidos. Fonte: S2iD/MDR

Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul