Ferrovias
As maior concentrações de cargas ferroviárias estão em Canoas, Cruz Alta, Passo Fundo e Rio Grande
O Sistema Ferroviário Brasileiro possui aproximadamente 30.000¹ km de extensão, distribuído pelas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste e opera por concessão cuja fiscalização é realizada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT. Seu principal concorrente é o transporte rodoviário, embora sua utilização seja indicada para a movimentação de grandes volumes de carga em médias e longas distâncias. A opção pelo predomínio do transporte rodoviário levou a subutilização do modal ferroviário no Brasil e no Rio Grande do Sul. A participação do modal na matriz de transportes é de aproximadamente 15% no Brasil e 6% no RS². No entanto é considerado por planejadores e técnicos do setor de transportes, um elo essencial da cadeia logística do transporte de cargas, com grande potencial para crescimento, desde que conectado adequadamente aos demais modais.
A malha ferroviária gaúcha foi concedida para a iniciativa privada em 1997 à empresa América Latina Logística - ALL que, até 2013, detinha também áreas de concessão do norte da Argentina. A maior parte apresenta bitola de 1 metro, sendo que apenas 5 km apresentam bitola mista (1,435 m), com objetivo de realizar a integração com as malhas argentinas e uruguaias. A operação de concessão mais recente é da empresa Rumo, companhia resultante da fusão Rumo - América Latina Logística – ALL. Com concessão para o período de 1997 a 2027 e operação das malhas dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo é chamada de RMS – Rumo Malha Sul.
Segundo a ANTT, o Rio Grande do Sul possui uma malha de aproximadamente 3.259 km de linhas e ramais ferroviários utilizados quase exclusivamente para o transporte de cargas. Atualmente esta malha está com aproximadamente 1,5 mil km desativados ou suspensos³. Alguns trechos curtos, mais recentemente, tem sido utilizados para transporte de passageiros como parte de roteiros turísticos. Há ainda o TRENSURB - Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A. que opera uma linha de trens urbanos com extensão de 43,8 quilômetros, no eixo norte da Região Metropolitana de Porto Alegre, com 22 estações e uma frota de 40 trens, atendendo a seis municípios: Porto Alegre, Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul, São Leopoldo e Novo Hamburgo.
De acordo com o Anuário Estatístico dos Transportes, os centros de transferência de cargas que apresentam maior movimentação localizam-se em Canoas, Cruz Alta, Passo Fundo e Rio Grande, junto ao Porto. Os principais produtos transportados são: commodities agrícolas: soja e farelo de soja, combustíveis e derivados, produtos agrícolas, açúcar, contêineres, adubos e fertilizantes, produtos de extração vegetal e celulose, cimento e produtos industrializados para construção civil . Os maiores terminais intermodais encontram-se em Porto Alegre, Uruguaiana e em Rio Grande, junto ao Porto
¹Ministério da Infraestrutura/Síntese – Setor Ferroviário (in:http://www.infraestrutura.gov.br/component/content/article.html?id=5380)
²Empresa de Planejamento e Logística S.A. – EPL (In: https://www.epl.gov.br/transporte-inter-regional-de-carga-no-brasil-panorama-2015); ST RS/Plano Estadual de Logística de Transporte - PELT RS, 2014
³Reportagem "SEM LUZ NO FIM DO TÚNEL: Ferrovia gaúcha perdeu metade da extensão em 25 anos de concessão",10/07/2022, GZH (https://gauchazh.clicrbs.com.br/economia/noticia/2022/07/ferrovia-gaucha-perdeu-metade-da-extensao-em-25-anos-de-concessao-cl5bhce7g003k019idd6qci98.html)

Fonte: ANTT (origem SAFF/SIADE 2006 a 2020)
RMS: RUMO Malha Sul S.A.(atua nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo)
Concessionárias no Brasil: RMN; RMO; RMP; RMS; RMC; Ferroeste; FCA; VALEC S.A.; FTC; FTL; MRS; EFC; EFVM; TLSA e FIOL