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Coeficiente de mortalidade geral e por causas

No RS algumas doenças infecciosas e parasitárias são a principal causa da mortalidade geral

O coeficiente de mortalidade geral é uma das medidas mais utilizadas em saúde pública e expressa a relação entre o total de óbitos de um determinado local pela população exposta ao risco de morrer. Apesar de não ser considerado um bom indicador, possibilita comparações temporais e entre diferentes unidades geográficas¹.

O Brasil apresentou importantes mudanças nos quadros de morbidade e mortalidade nos últimos 40 anos, passando de um perfil onde havia a prevalência de problemas típicos de uma população predominantemente jovem para um perfil no qual as notificações de enfermidades crônicas são crescentes, mais próprias de uma população com predomínio das faixas etárias mais avançadas. Segundo a SES RS, essas mudanças se fizeram sentir no Rio Grande do Sul de forma mais acentuada, uma vez que a proporção de idosos sempre foi superior à média brasileira. Vários fatores colaboram para isto: maior expectativa de vida entre as unidades da federação, queda contínua da mortalidade infantil e da natalidade, melhoria das condições sanitárias e de urbanização, ampla cobertura vacinal e prevenção de doenças por maior acesso aos serviços de saúde. Deste conjunto de fatores resultam uma mais elevada prevalência de fatores de risco, com taxas de morbimortalidade e custos crescentes de assistência à saúde decorrente, principalmente, de doenças cardiovasculares, neoplasias, doenças respiratórias crônicas e de causas externas, entre outras.

No Rio Grande do Sul, no ano de 2021, os grupos de causas principais da mortalidade geral para ambos os sexos são: algumas doenças infecciosas e parasitárias (26,4%) doenças do aparelho circulatório (19,8%); neoplasias (16,9%); doenças do aparelho respiratório (7,1%); causas externas de morbidade e mortalidade (6,5%); e doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas (5,9%).E, entre as 10 categorias de doenças que mais levaram ao óbito em 2021 estão: o restante de algumas doenças infecciosas e parasitárias, as doenças isquêmicas do coração; as doenças cerebrovasculares; a diabetes mellitus; o infarto agudo do miocárdio; o restante de sintomas e sinais e achados anormais clínicos e laboratoriais; as outras doenças cardíacas; as doenças crônicas das vias aéreas inferiores; as doenças hipertensivas; as neoplasias malignas da traquéia, brônquios e pulmões; e as pneumonias.

Sobre a evolução dos grupos de causas principais, é importante destacar que o significativo aumento da mortalidade registrado no ano de 2021 no grupo que engloba algumas doenças infecciosas e parasitárias provavelmente se deu em razão do elevado número de óbitos da pandemia de COVID-19.

Já a tendência de queda na categoria das doenças do aparelho circulatório registrada a partir de 1990 se manteve no ano de 2021, apresentando um relevante declínio. Contudo, manteve-se na segunda posição em percentual de óbitos.

Também é relevante apontar o aumento continuado da categoria de neoplasias desde 1970 até 2010, registrando leve queda em 2021. De outro lado, a diminuição da participação das causas mal definidas aponta para uma melhora qualitativa dos registros de mortalidade.

Quanto à distribuição do coeficiente de mortalidade geral entre os municípios, chama atenção que mais da metade dos municípios apresentaram índices acima da média do Estado (10,3 óbitos por 1.000 habitantes em 2021). Nos COREDEs localizados na metade oeste do estado foram identificados os maiores índices de óbitos por 1.000 habitantes, boa parte superior a 10,1.                                                                                                                         

¹Segundo a SES RS, a qualidade do dado gerado para análise da mortalidade é instrumento valioso de vigilância epidemiológica e para o planejamento de ações e monitoramento da sua eficácia. O sistema de mortalidade da SES RS codifica todas as Declarações de Óbito segundo as regras da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde – CID10, atual, CID10BR. Assim, quanto menor a porcentagem de mortes notificadas por causas mal-definidas melhor a qualidade da informação de mortalidade. (In: SES RS. A saúde da população do Estado do Rio Grande do Sul 2005. Porto Alegre, CEVS, 2006. 181 p.)

Evolução da mortalidade geral por grupos de causas principais no RS - 1970-2021 (%)

Fonte: DATASUS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM 2021

Principais causas da mortalidade geral para ambos os sexos no RS 2021.

Fonte: DATASUS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM 2021

Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul