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Inundações

Mais de 35 mil pessoas foram afetadas pelas inundações no período de 2017 a 2021

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A Classificação e Codificação Brasileira de Desastres (COBRADE) define inundação como sendo a “submersão de áreas fora dos limites normais de um curso de água em zonas que normalmente não se encontram submersas. O transbordamento ocorre de modo gradual, geralmente ocasionado por chuvas prolongadas em áreas de planície.” Cabe destacar que o presente texto foi embasado na COBRADE, na qual eventos hidrológicos são classificados apenas em: a) Inundações; b) Enxurradas e; c) Alagamentos.

Apesar da diferenciação conceitual entre enchente e inundação, a presente análise não considerou a categoria enchente, uma vez que a COBRADE considera esses conceitos como inundação. Entretanto, na série histórica obtida no Sistema Integrado de Informações sobre Desastres - S2iD, referente ao período de 2003 a 2021, foram encontrados reconhecimentos utilizando o termo enchente nos anos de 2010 e de 2011. Para este estudo, esses registros foram considerados na quantificação dos eventos de inundação.

No período de 2003 a 2017, no Rio Grande do Sul, registrou-se um total de 256 reconhecimentos de situação de emergência ou de calamidade pública decorrentes de eventos de inundação. Destacam-se os anos de 2010 e 2015, nos quais, respectivamente, concentraram-se 26,6% e 19,1% desses reconhecimentos. No que tange à distribuição desses reconhecimentos em relação aos meses, no período de 2017 a 2021[1], nota-se maior frequência de maio a julho, com destaque para este último.

Avaliando-se a distribuição espacial desses reconhecimentos, ao longo do período de 2003 a 2021, o COREDE Fronteira Oeste foi o que registrou maior número de ocorrências, sendo os municípios de Itaqui, de Quaraí, de Uruguaiana e de Alegrete os que contabilizaram mais eventos. Outro destaque se refere ao COREDEVale do Taquari, sobretudo nos municípios de Estrela, de Colinas, de Cruzeiro do Sul, de Encantado e de Roca Sales.O COREDE Vale do Caí aparece em terceiro lugar em número de ocorrências, merecendo atenção o município de São Sebastião do Caí que apresentou a maior quantidade de reconhecimentos de eventos de inundação no Estado. Já os COREDEs Alto da Serra do Botucaraí, Hortênsias, Noroeste Colonial e Produção não registraram ocorrências deste tipo de desastre natural.

Um total de 35.294 pessoas foram afetadas pelo evento no período de 2017 a 2021.Desse total, 82,5%eram residentes dos municípios localizados no COREDE Vale do Taquari (12.727 pessoas atingidas), COREDE Fronteira Oeste (11.456 pessoas atingidas) e COREDE Vale do Caí(4.945 pessoas atingidas).A seguir, estavam o COREDE Centro-Sul (2.067), o COREDE Metropolitano Delta do Jacuí (1.541), o COREDE Vale do Rio dos Sinos (771), o COREDE Campanha (522), o COREDE Vale do Rio Pardo (469), o COREDE Jacuí Centro (451), o COREDE Serra (210), o COREDE Fronteira Noroeste (101) e o COREDE Norte (34). Os demais COREDEs não contabilizaram registros de pessoas atingidas pelos eventos ao longo do período supracitado.

O município de Uruguaiana localizado no COREDE Fronteira Oeste apresentou o maior número de atingidos no período, com 5.806. A seguir, aparecem Estrela (no COREDE Vale do Taquari), com 4.128, Montenegro (no COREDE Vale do Caí), com 3.043, Roca Sales (no COREDE Vale do Taquari), com 2.241, e Alegrete (COREDE Fronteira Oeste), com 2.100. Entre os quinze municípios com maior número de atingidos, no período 2017-2021, os únicos que não se localizam nos COREDES Fronteira Oeste, Vale do Taquari e Vale do Caí são: São Jerônimo, com atingidos 2.063 e localizado no COREDE Centro-Sul; e Eldorado do Sul, com 1.541 atingidos e localizado no COREDE Metropolitano Delta do Jacuí.

Em relação a outros atingidos[2], que foram afetados indiretamente pelas inundações, cita-se os municípios com maiores populações, como Canoas, com 58.320 atingidos, e Lajeado, com 40.000. Na sequência, aparecem Uruguaiana, São Sebastião do Caí e São Borja.

[1] Para a avaliação mensal de ocorrência dos eventos foi considerado o período de 2017 a 2021 por possuir a data de registro da ocorrência. Os dados, referentes aos anos anteriores, não possuíam tal informação, dificultando a determinação do mês exato de ocorrência do evento.

[2] Excluindo-se mortos, feridos, enfermos, desabrigados, desalojados e desaparecidos.

Ocorrências de inundações por ano, no RS, no período 2003-2021*

*Até 2016, foi considerada a data de publicação no Diário Oficial da União. De 2017 em diante, a data de registro. Fonte: S2iD/MDR

Ocorrências de inundações por mês, no RS, no período 2017-2021*

*Considerada a data do registro da ocorrência. Fonte: S2iD/MDR

Atingidos por Inundações, por COREDEs, no período 2017-2021*

* Foram considerados: mortos; feridos; enfermos; desabrigados; desalojados e desaparecidos. Fonte: S2iD/MDR

Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul